Textos de memória
Infância
vivida
Ana Catharina – 7º Ano
Meu nome é Rita Araújo Oliveira, tenho
56 anos e nasci em arruda Câmera. Tive uma infância pobre, como toda criança
com problemas de saúde. Onde eu viva não tinha ruas e bairros, só caatingas e
veredas.
Na minha infância, as brincadeiras que
eu mais gostava era jogar pedras uma nas outras e apostar com dinheiro feito de
notas de carteiras de cigarro. Também brincava de bambolê e esconde-esconde.
Na minha época, o que as meninas
simples como eu vestiam era vestidos de chita de sandálias de couro.
Nas décadas de 70 e 80 dois fatos
históricos chamaram a minha atenção foram um eclipse solar, ocorrido às noves
horas manhã e visto a olho nu e que fez o dia escurecer como se fosse noite e a
passagem do cometa Halley, vista às 4:15 da manhã. Nunca me esqueci de como foi
bonito ver a calda do cometa e esses fatos marcaram a minha vida pra sempre.
Minhas
lembranças do passado
Daniel Sodraque – 7º Ano
Não pude me contentar em ouvir e cai no mundo
de uma história simples, mas feliz.
Tudo começou quando eu nasci, no dia 2
de junho de 1077, em João Pessoa, mas fui criada em Bayeux, Paraíba. Minha vida
foi passando e passando...
Com dez anos, as minhas brincadeiras
preferidas eram baleada, bola de gude, barra bandeira e pular corda, no nosso
campinho, perto da maré, ode brincávamos eu, Simone, Sandro Paula e Patrícia.
Quando chegávamos do nosso campinho, minha
mãe preparava o que eu mais gostava: angu. Era mais gostoso do que esses que já
vêm prontos e compramos nos supermercados.
E minha vida foi passando e passando...
Com 18 anos tive meu primeiro filho, Samuel.
E depois vieram Daniel, Miguel e Joel.
Tudo parecia feliz, mas tive uma perda que me
causou muita dor: a minha mãe querida que faleceu com apenas 57 anos de idade.
E tudo passou e passou...
Não posso contar tudo da minha vida, porque
se eu fosse contar, precisaria de mil folhas. Engraçado não é?
Hoje moro em Jaguaribe, na av. Vasco da Gama
e vivo feliz com as minhas lembranças do passado.
Texto
baseado no depoimento de Rosineide da Cruz.
Crônicas
“Entre outras
mil, és tu João Pessoa”
Mayara Rebeca – 9º Ano
João
Pessoa, cidade excêntrica, cercada por praias, cheia de verde e de pessoas com
histórias pra contar. Pessoas que viram a cidade crescer e começar a ter
engarrafamentos na hora do ruche que ficam irritadas com isso, mas depois ligam
naquela naquela rádio pra relaxar enquanto o tempo passa, Emfim, a cidade pode
até ter mudado, mas alguns costumes permaneceram. Um bom exemplo desses
costumes é aquele de comer o prato típico, que todo brasileiro come na hora do
almoço, só que com um toque nordestino: arroz, feijão e carne-de-sol.
À
noite ir para a calçadinha do busto de Tamandaré, ficar de rolé com os amigos e
sentir a brisa contra os cabelos – por mais que fique bagunçados, só quem mora aqui,
sabe como é bom essa sensação – e depois, correr para a areia, sentir os pés
descalços no chão, olhar as ondas que vão sendo trazidas, sem falar no brilho
das estrelas, que fica mais evidente na praia do que em qualquer outro lugar da
cidade.. Aos poucos vão chegando queles grupinhos de amigos. O legal é que
sempre tem alguém que leva um violão e faz a noite se transformar numa festa.
João
Pessoa é olhar o rastro que as nuvens no céu no finalzinho da tarde. Eu já
fiquei acostumada a sentir o cheiro do café que a minha mãe faz, enquanto eu
assisto à novela e, sinceramente, são essas pequenas coisas que tornam o meu
dia melhor. Não sé se consigo sem isso...
Então
o dia vai terminando e o barulho dos carros vai se misturando ao silêncio da
noite, que aos poucos vai formando uma melodia que só essa cidade tem.
Minhas
manhãs em João Pessoa
Maria Heloísa – 9º Ano
Era muito bom saber que assim que eu
acordasse, teria o dia inteiro para brincar e me divertir, afinal eu tinha
apenas 5 anos e a escola não importava muito naquela época.
O tempo passava e com ele os dias de
diversão. Hoje, apesar de ainda ser criança, tenho responsabilidades e a escola
é uma delas.
Nos finais de semana é sempre bom
andar pelas ruas de João Pessoa. Ir à praia ainda continua sendo muito bom. A
minha preferida sempre foi a praia de Cabo Branco. A estação Ciência também é
um dos meus pontos preferidos. Minhas amigas e eu também adoramos passear pelas
ruas do Parque Solon de Lucena, por onde todos os dias passam centenas de pessoas que estão sempre admirando a beleza da
cidade, sem falar do centro histórico, um dos lugares que eu mais visito até
hoje, pois tem uma beleza tão única que é até difícil expressar em palavras.
E sempre que tem algum evento
interessante, eu corro pro Espaço Cultural, onde tem feiras, exposições, shows,
em fim, um mundo novo a se conhecer em um só lugar.
As
eleições mudam o nosso bairro
Ana Karolyna – 9º Ano
Moro num bairro chamado Torre, que é
um lugar calmo e tranqüilo, onde todos nós nos divertimos e falamos sobre o dia
a dia. Mas quando entramos em época de eleição, as coisas mudam, pois aquele
bairro calmo e tranqüilo deixa de existir.
As pessoas ainda que as eleições
mudarão nossos bairros e nossas vidas.
A minha família não gosta dessa época
de eleições, pois muitos políticos só fazem promessas que depois não cumprem.
Penso que se cada pessoa votasse em políticos que realmente cumprisse o seu
dever, nossos bairros mudariam para melhor e tudo seria diferente.
Espero que esse período passe logo,
pois não agüento mais o barulho dos trios elétricos passado e dos fogos de
artifícios e espero que, quando as eleições terminarem, possamos voltar a viver
naquele bairro calmo e tranqüilo de sempre.
As
belezas do meu lugar
Alessandro da Silva – 9º Ano
O lugar onde eu moro é muito bom,
porque da minha casa dá pra ver a rua toda. Lá eu convivo com minha família e
jogo futebol todos os sábados com meus amigos.
O que tem de bom onde eu moro é que de
todas as casas dá pra ver as matas, os pássaros e os rios.
O que eu acho de ruim lá, é que o rio
é muito poluído por lixos que poderiam ser reciclados ao invés de jogados nas
ruas, pois quando chove, a água leva o leva para o rio, fazendo muito mal para
o meio ambiente.
É uma pena que um lugar tão bonito
seja degradado pelas pessoas que não têm consciência de que um dia poderão
ficar sem ter onde morar.
E a
saúde, como vai?
Eu moro em João Pessoa, o ponto mais
oriental das Américas, cidade do verde das árvores, da brisa das praias e do
pôr-do-sol, que presenciamos todas as tardes, na praia do Jacaré, ao som do
Bolero de Ravel. Aqui é tudo muito bonito, mas ainda há um problema que
incomoda muito a população pessoense e que é comum em todo o país: a
precariedade da saúde pública.
Aqui, como no resto do país, a saúde é
um dilema, pois há grandes filas nos hospitais e postos de saúde e atendimento
de péssima qualidade, pessoas chorando, clamando por uma vida mais digna. Essa
é a realidade de muitos paraibanos, que sofrem com as más condições dos
hospitais públicos.
Se sentimos uma dor, precisamos passar
por muitos obstáculos para curá-la, como a espera por exames, por medicamentos,
por leitos, etc.
E não é só isso. Ainda tem a falta de
ambulâncias, de aparelhos, de higienização dos ambientes, a negligência médica
e por aí vai.
Milhares de pessoas morrem devido a
esses fatores, que poderiam ser resolvidos se houvesse mais boa vontade e
investimento por parte dos nossos governantes.
Gente, estamos em pleno século XXI,
trabalhamos honestamente e pagamos nossos impostos e não temos o direitos de
ter as nossas necessidades mais básicas, como a saúde, contempladas. Até quando
isso vai continuar?
ANO CULTURAL HERBERT VIANA
PRÊMIO ALUNO DESTAQUE
Esperança, sonho e realidade
(Amanda
Lelícia Batista de Souza – 8º Ano)
Eu
acordo com o sol da manhã
Eu
não me canso de sonhar
Por
isso posso dizer
Que
é bom ver o sol brilhar.
Eu
sonho com um mundo melhor
Inspirado
no sol da manhã
Que
ilumina cada olhar
E
vem nossa esperança renovar.
Esperança
é viver
Viver
é lutar
Lutar
é acreditar
Que
a vida vai melhorar.
O
sol da manhã
É um
desafio
Nos
traz um mundo desigual
Que
nos desperta pra vida real
Traz
dificuldades e oportunidades
Pra
quem quer vencer o mal.
A
pobreza
A
dor
A
esperança
Não
vêm da natureza,
Mas
sim, da dureza
De
quem luta e não se cansa.
Por
isso podemos dizer
Não
deixaremos o sonho morrer.(inspirado na música
“Alagados”)
ANO CULTURAL HERBERT VIANA
PRÊMIO ALUNO DESTAQUE
Minha terra: Paraíba
(Caio
Vinícius dos Santos Queiroz – 8º Ano)
Terra
que tem clima quente
De
quem luta pra sobreviver
Guerreira
é a sua gente
Que
nunca desiste de vencer.
Tem
calor e tem miséria,
Mas
tem sonhos e esperança
De
que a luta vale a pena
Esse
é o futuro que se espera.
Lugar
de quem ganha a vida
Trabalhando
na terra e no mar
Tanto
o rico quanto o pobre
Buscam
sempre melhorar.
Lugar
de muitos sabores
Tem
história e tradição
De um
povo lutador
De
poetas e sonhadores.
(Inspirado
na música “Mormaço”)
ANO CULTURAL HERBERT VIANA
PRÊMIO ALUNO DESTAQUE
Talvez o brilhe o sol
(Fernanda
Alves de Lima – 8º Ano)
Talvez
brilhe o sol
Pra
quem não tem sono
Talvez
tenha o brilho da lua
E
também fome e abandono.
Por
aí há favelas
E
pessoas chorando
Também
há miséria
E
lágrimas sem sono.
Há
lágrimas de desespero
Pra
quem sofre esse trauma.
Nas
favelas mora gente,
Gente
que também trabalha.
Luta-se
pra sobreviver
Talvez
me escondo em alguém
A
vida passa por mim
E as
lágrimas só e comovem.
Nas
favelas de João Pessoa
Tem
gente que chora sangue
Por
não ter o que comer
E
vontade de vencer.
(inspirado
nas músicas “Mormaço” e “Alagados”)
Eu gostei muito dos textos dos alunos do 7º e do 9º ano e dos poemas produzidos pelos alunos do 8º ano, que falam do Ano Cultural Herbert Viana. Um beijo pra todos do Analice Caldas.
ResponderExcluirIvanilda Lima - 6º Ano B
Parabéns para a escola Analice Caldas pois os alunos deram um show na VI mostra cultural.
ResponderExcluirEliana Paula.
O amor é algo que deve ser vivido, a todo momento. parabéns a escola Analice Caldas por trabalhar estes valores e pela equipe de profissionais e alunos tão bem envolvidos com tudo.
ResponderExcluirReinildes Moura Jr. (Rei)
Professor de Educação Física.
Amei cada apresentação da Mostra Cultural do Analice Caldas. Um abraço para os meus professores, que são um exemplo, e para as minhas amigas.
ResponderExcluirSara e Letícia - 8º Ano